Agentes de IA: ficção científica ainda não prontas para o primetime
Sources: https://www.theverge.com/the-stepback-newsletter/767376/ai-agents-jarvis-what-can-they-do, The Verge AI
TL;DR
- Agentes de IA avançaram além dos primeiros chatbots, mas ainda são imperfeitos para uso cotidiano.
- Em 2024, a implantação acelerou; a Klarna afirmou que seu assistente de IA substituiu 700 agentes em tempo integral e automatizou dois terços dos atendimentos após um mês. The Verge AI
- Um uso real significativo continua sendo a codificação com IA, com até 30% do código sendo escrito por agentes de IA em grandes empresas; ferramentas de codificação por IA representam uma parte relevante da receita empresarial. The Verge AI
- Em 2025, surgiram ferramentas concretas: Computer Use da Anthropic, Operator da OpenAI e Deep Research; posteriormente combinaram tudo em ChatGPT Agent, sinalizando progresso, porém com desafios de confiabilidade.
- Espera-se mais recursos computacionais, avanços incrementais e maior adoção por empresas e governo, acompanhados de hype contínuo e movimentos de fusões e aquisições.
Contexto e antecedentes
O conceito de agente de IA está um passo além dos chatbots: é um sistema automatizado capaz de realizar tarefas complexas em seu nome, com pouca necessidade de retorno frequente. A ideia é associada popularmente ao J.A.R.V.I.S. dos filmes da Marvel, mas, na prática, o debate gira em torno de quão autônomo o sistema pode ser para agir com dados e ferramentas diversas, não apenas responder perguntas. O termo ganhou força em 2023, quando executivos discutiam como tornar esse agente útil para o usuário comum. Em 2024, a implantação começou de fato, com resultados iniciais cheios de erros. The Verge AI Historicamente, a codificação assistida por IA foi o caso de uso mais tangível de agentes. Profissionais de TI passaram a usar ferramentas de IA para codificar e esses instrumentos passaram a gerar receita para clientes empresariais. Relatos apontaram que até 30% do código em ambientes de empresas grandes era escrito por agentes de IA. Esse foco ajudou a sustentar investimentos, mesmo quando as capacidades para o consumidor permaneciam atrás das promessas amplas. Entre 2024 e 2025, o campo evoluiu de hype para recursos reais. A Anthropic lançou o Computer Use, que permite ao Claude operar um computador de forma semelhante à humana, com navegação, busca e ações em várias plataformas. A OpenAI respondeu com o Operator, prometendo automação de tarefas rotineiras como preencher formulários, agendar viagens e criar memes, ainda que com falhas iniciais. Em seguida, a OpenAI lançou o Deep Research para gerar relatórios longos de pesquisa. Em julho, combinaram Deep Research e Operator em um único produto de IA (ChatGPT Agent), sinalizando integração, ainda com desafios práticos. The Verge AI
O que há de novo
O ciclo de 2025 é marcado por lançamentos de ferramentas concretas e refinamentos para aproximar-se da usabilidade real:
- Computer Use da Anthropic para Claude realizar ações como navegar, buscar e operar plataformas.
- Operator da OpenAI para automação de tarefas repetitivas, com melhorias ainda em curso.
- Deep Research da OpenAI para produzir relatórios de pesquisas longos.
- A consolidação dessas capacidades em ChatGPT Agent, oferecendo uma experiência de agente mais integrada.
- Investimento corporativo e governamental como resposta, com a Google contratando equipes da Windsurf para avançar projetos de agentes, e a Anthropic/OpenAI expandindo plataformas voltadas a empresas e governos. Uma extensão do Chrome para Claude expandiu o alcance do navegador. The Verge AI
Linha do tempo resumida (pontos-chave)
| Ano | Marco | Observações |---|---|---| | 2023 | Agentes de IA chegam à conversa | A ideia ganha tração, mas uso prático ainda é limitado. |2024 | Implantação avança | Relatos como os da Klarna mostram redução de carga humana e de chats; o hype continua. |2025 | Recursos apresentam maturidade | Computer Use (Anthropic), Operator (OpenAI) e Deep Research evoluem para o ChatGPT Agent, com adoção empresarial crescendo. |
Por que isso importa (impacto para desenvolvedores/empresas)
Para desenvolvedores, a lição central é que a codificação por IA permanece a aplicação real mais tangível de IA agente. Ela atua como um facilitador de fluxos de trabalho, sustentando uma parcela relevante da receita de ferramentas empresariais. Para empresas e governos, a promessa envolve automatizar tarefas rotineiras e fluxos de pesquisa em big data, ao mesmo tempo em que se lida com confiabilidade, velocidade e precisão. O setor tem respondido com contratações agressivas, investimentos em computação e P&D, e uma rodada de iterações de produtos para chegar mais próximo de um “agente” útil ao usuário comum. A história também mostra um ciclo de início promissor, seguido de validação prática e a necessidade de avaliação criteriosa de utilidade real. The Verge AI
Detalhes técnicos ou Implementação
- Codificação assistida por IA continua sendo o caso de uso mais tangível, demonstrando que agentes podem contribuir para o desenvolvimento de software.
- Ferramentas iniciais para consumidores focaram em autonomia para várias tarefas (navegar, preencher formulários, reservar viagens, criar conteúdo), mas usuários encontraram bugs e lentidão.
- Em 2025, houve integração: combinação de capacidades em um produto único (ChatGPT Agent) que pode realizar um conjunto mais amplo de tarefas com menos travas, embora ainda existam questões de confiabilidade.
- Plataformas empresariais e governamentais de IA surgem ao lado das ferramentas para consumidores, buscando governança, conformidade e escala. The Verge AI
Conclusões-chave
- A ideia de agentes IA avançou de hype para capacidades incrementais utilizáveis em fluxos de trabalho específicos (especialmente codificação).
- A codificação é o caso de uso mais concreto, com participação significativa do trabalho de IA no desenvolvimento de software em grandes empresas.
- As ferramentas para consumo ainda exibem falhas e desempenho não ideal, com evolução gradual.
- O investimento continua intenso, com contratações, novas ferramentas e plataformas voltadas a empresas e governos, sinalizando uma adoção maior apesar do progresso gradual para o usuário comum.
- A pergunta central permanece: o que um agente IA deve realmente fazer por usuários e quão bem deve lidar com tarefas logísticas versus humanas? Atualmente, o foco tende a logística e tarefas repetitivas, com menos ambição para suportar tarefas pessoais e nuances humanas.
FAQ
-
O que é um agente de IA, em termos simples?
Um agente de IA é um sistema capaz de realizar tarefas complexas em seu nome com pouca necessidade de retorno, essencialmente criando uma lista de subtarefas para alcançar o objetivo desejado.
-
uais foram os marcos notáveis de 2024 para agentes de IA?
2024 viu a transição de hype para implantação, com a Klarna destacando reduções no trabalho humano e carga de atendimento, seguida por anúncios de produtos e recursos incrementais por grandes players.
-
O que houve em 2025 no espaço de agentes de IA?
2025 apresentou capacidades concretas como Computer Use (Anthropic), Operator (OpenAI) e Deep Research, que foram integradas ao ChatGPT Agent, sinalizando maior integração, ainda com desafios de confiabilidade.
-
uais são as limitações atuais dos agentes de IA?
Embora haja progresso, muitos recursos continuam com bugs, lentidão ou eficácia variável para uso diário, com debates sobre o equilíbrio entre automação e tarefas pessoais complexas.
-
Por que essa evolução é relevante para empresas?
Empresas e governos adotam ferramentas de agentes para automatizar formulários, manipulação de dados e fluxos de pesquisa, impulsionando demanda por soluções mais robustas, escaláveis e com governança.
Referências
More news
Primeira olhada no app Google Home alimentado pelo Gemini
O The Verge mostra que o Google está atualizando o app Google Home para trazer recursos do Gemini, incluindo a barra de busca Ask Home, um redesign da interface e controles por voz natural para o lar.
Demos fracassados de óculos com Live AI da Meta não tiveram relação com Wi‑Fi, explica o CTO
Demos ao vivo dos óculos Ray‑Ban com Live AI da Meta enfrentaram falhas constrangedoras. O CTO Andrew Bosworth explica as causas, incluindo tráfego autoimplicado e um bug raro de chamada de vídeo, e aponta que o bug foi corrigido.
OpenAI supostamente desenvolve alto-falante inteligente, óculos, gravador e pin com Jony Ive
A OpenAI estaria explorando uma família de dispositivos com o ex-chefe de design da Apple, Jony Ive, incluindo um alto-falante inteligente sem tela, óculos, um gravador de voz e um pin vestível, com lançamento previsto para o final de 2026 ou início de 2027.
Shadow Leak mostra como agentes do ChatGPT podem exfiltrar dados do Gmail via injeção de prompt
Pesquisadores de segurança demonstraram uma injeção de prompt chamada Shadow Leak que usou o Deep Research do ChatGPT para extrair dados de uma caixa de entrada do Gmail. OpenAI corrigiu a falha; o caso destaca riscos de IA com atuação autônoma.
Google expande Gemini no Chrome com lançamento multiplataforma e sem taxa de assinatura
O Gemini AI no Chrome ganha acesso às abas, histórico e propriedades do Google, com rollout para Mac e Windows nos EUA sem cobrança e com automação de tarefas e integrações com o Workspace.
James Cameron sobre IA e Realidade Mista: uma visão baseada em molduras com 3D no Quest
James Cameron e o CTO da Meta, Andrew Bosworth, discutem produção estereoscópica, o quadro como ferramenta de narrativa e como IA generativa pode ampliar o cinema sem substituir artistas, junto com o primeiro trailer de Avatar 3 na Horizon TV.