IA não pertence ao journaling: Gemini, o Journal do Google e o caso do escritor analogico

TL;DR

• O Journal da Apple usa aprendizado de máquina no dispositivo para sugerir conteúdos com base em dados do iPhone (contatos, fotos, música, exercícios, podcasts, localização); o autor acha isso perturbador. The Verge
• O Journal do Google aposta mais em IA, com prompts no dispositivo, resumos de entradas gerados por IA e um calendário de humor; Gemini é apresentado como facilitador para a escrita. The Verge
• O texto sustenta que journaling não deve ser fácil: uma página em branco é intencional, e o esforço molda o significado. O autor cita a citação sobre inconveniência de Four Thousand Weeks. The Verge
• Digitar menos e escrever a mão está associado a melhor retenção de memória e clareza mental; preocupações com privacidade surgem no que diz respeito ao journaling guiado por IA. O autor relembra experiências próprias com journaling digital e analógico. The Verge

Contexto e antecedentes

Em julho de 2023, o autor apagou o Day One, aplicativo de journaling, de seus dispositivos, decisão provocada pela revelação da Apple sobre o Journal durante a WWDC. A Apple descreveu o Journal como utilizando aprendizado de máquina no dispositivo para sugerir prompts com base nos dados do iPhone do usuário—contatos, fotos, música, exercícios, podcasts e dados de localização. A ideia trouxe à tona memórias da função Memories do app Fotos, que já tinha mostrado, de modo reflexivo, uma foto do autor em um momento emocional. A Verge observa que o Journal do Google parece depender mais de IA do que a versão da Apple, oferecendo resumos gerados por IA e um calendário de humor com emojis para cada dia. The Verge

O que há de novo

O artigo contrasta duas direções na IA para journaling. O Journal da Apple foca em prompts derivados de dados privados mantidos no dispositivo, com o objetivo de estimular a reflexão sem transferir dados para a nuvem. O Journal do Google, alimentado pela Gemini, é descrito como mais orientado à IA: prompts e resumos de entradas, além de um calendário de humor. A ideia, segundo o Google, é reduzir o atrito e ajudar o usuário a escrever mais, mantendo o processamento no dispositivo em teoria. The Verge

Por que isso importa (impacto para desenvolvedores/empresas)

O texto enquadra o debate mais amplo sobre privacidade, propriedade de dados e o significado do journaling. O autor questiona se algo conectado à internet pode realmente permanecer privado, mesmo quando anunciado como processado no dispositivo. A discussão também aponta para a percepção de que resumos de IA podem reduzir a nuance e a profundidade emocional, contrastando com o valor duradouro de entradas manuscritas. Em defense da prática analógica, o texto sugere que a fricção do ato de escrever é central para a reflexão íntima. The Verge

Detalhes técnicos ou implementação

• Journal da Apple (no dispositivo): prompts baseados no conteúdo do iPhone, incluindo contatos, fotos, música, exercícios, podcasts e dados de localização. O sistema é apresentado como ML no dispositivo, voltado a sugerir prompts sem enviar dados à nuvem. The Verge
• Journal do Google (Gemini, IA no dispositivo): prompts e resumos gerados por IA, além de um calendário de humor que atribui emojis a cada dia. A ideia é tornar o journaling mais fácil e lidar com tarefas de escrita com IA. The Verge
• Posição de privacidade: o autor enfatiza que, mesmo no dispositivo, com bloqueio e exclusão, a privacidade total pode ser problemática, já que nada conectado à internet é totalmente privado na prática. The Verge

Principais conclusões

• O valor do journaling, para o autor, está no esforço deliberado e na fricção de uma página em branco. IA pode comprometer esse processo.
• Recursos de IA no journaling, mesmo no dispositivo, não garantem privacidade total segundo o autor, já que o caráter privado de pensamentos íntimos é central.
• Escrever à mão e journaling analógico estão associados a melhor retenção de memória e clareza mental, conforme estudos citados, e o autor relata melhoria pessoal ao retornar à escrita manual.
• Resumos de IA podem achatar nuances e profundidade emocional, contrastando com o valor duradouro de entradas em papel.
• O texto incentiva uma abordagem cautelosa à IA na escrita, destacando a importância do desafio, do tempo e da autorreflexão para desenvolver o pensamento.

Referências

• https://www.theverge.com/analysis/764519/ai-gemini-pixel-journal-app